sexta-feira, 9 de julho de 2010

AUTOPSIA

A cada dez segundos alguém morre em conseqüência do vício do cigarro em todo o mundo. Aqueles que fumam desde a adolescência - 90% dos fumantes - em geral vivem 20 a 25 anos menos do que os que nunca deram um trago. Além das doenças velhas conhecidas, como o ataque cardíaco e o câncer de pulmão, estão expostos a males que os afetam da cabeça aos pés, por fora e por dentro. Reunidos no mesmo corpo, formam o mais chocante.


Fumar enfraquece o sistema imunológico e torna o corpo vulnerável a doenças como a lupus erithematosus, que provoca calvície. Cabelo de fumante, quando existe, é assim: quebradiço, sem brilho e, para completar, mau cheiroso.
Quem consome mais de um maço por dia tem o dobro de chance de ter catarata, doença que deixa a visão nublada e, aos poucos, leva à cegueira.
O cigarro envelhece a pele, deixa-a seca e enrugada. Sua nicotina inibe a produção de colágeno, dificulta a assimilação de vitamina A, reduz a hidratação do corpo e retira proteínas que dão elasticidade à epiderme. Fumantes de 40 anos costumam ostentar rugas que só aparecem nos não-fumantes quando estão na casa dos 60.
O fumo obstrui os vasos sangüíneos e reduz o fluxo de sangue para o ouvido. Por isso, o fumante começa a sofrer de perda de audição, em média, 16 anos antes dos outros, além de se tornar mais suscetível às infecções.
Cigarro não provoca melanoma, um tipo de câncer de pele que pode ser fatal. Em compensação, aumenta o risco de morte em pessoas atingidas pela doença. Outro tumor maligno, conhecido como carcinoma, tem freqüência 50% maior entre fumantes.
Fumar cigarro amarela os dentes e contribui para a formação de tártaro, o que provoca cáries. A probabilidade dos dentes de um fumante caírem é 150% maior que a de um não-fumante.
A fumaça do cigarro irrita as glândulas salivares, que passam a produzir menos saliva, deixando a boca seca e com odor fétido.
Além de câncer do pulmão, vários distúrbios respiratórios têm origem no hábito de fumar. Um desses males é o enfisema, que, em casos extremos, é resolvido através de uma operação conhecida como traqueotomia. Assim, o paciente pode respirar por um buraco aberto na garganta, na altura da traquéia (como na figura ao lado). A bronquite é outra doença que ataca o fumante com sintomas típicos: acúmulo de catarro, tosse e dificuldade de respirar.
O monóxido de carbono exalado pela fumaça dos cigarros e dos automóveis diminui a oxigenação do sangue e reduz a densidade dos ossos, que passam a quebrar facilmente. Quem fuma um maço por dia está mais propenso a sofrer dores nas costas.
Fumar dá taquicardia, eleva a pressão do sangue, aumenta o risco de hipertensão, pode causar o entupimento das artérias e levar ao enfarto.
O cigarro diminui a resistência às bactérias que geram a úlcera de estômago. Se o paciente não parar de fumar, o tratamento será difícil e raramente levará à cura.
O alcatrão mancha de amarelo os dedos e as unhas do fumante. Não adianta lavar com água e sabão - para limpá-los é preciso abdicar do cigarro.
Além de aumentar o risco de câncer cervical e uterino, o cigarro afeta a fertilidade feminina, gera complicações na gravidez e na hora do parto. Em mulheres com mais de 30 anos, fumar faz baixar os níveis de estrógeno, um hormônio importante na reprodução humana. Sua diminuição apressa a menopausa.
Fumar reduz o número de espermatozóides ativos, diminui o fluxo sangüíneo para o pênis, pode afetar o desempenho sexual e causar impotência. O DNA do fumante também é danificado pelo cigarro: filhos de homens que consomem um maço por dia têm chance 42% maior de contrair algum câncer.
O corpo do fumante tem até três vezes mais chance de desenvolver psoríase, uma doença crônica que provoca escamas esbranquiçadas e manchas vermelhas na pele, principalmente nos joelhos e no couro cabeludo.
O hábito de fumar danifica as paredes dos vasos sangüíneos e dificulta o bombeamento de sangue até as extremidades do corpo, causando o Mal de Buerger. Há casos em que a má circulação provoca gangrena e obriga à amputação.
Pelo menos 60 substâncias presentes no cigarro são comprovadamente cancerígenas. As pessoas que fumam têm 22 vezes mais chance de contrair câncer no pulmão (A), sem contar o risco de sofrer dessa doença no nariz (B), língua (C), boca, glândulas salivares e faringe, esôfago, rins (D), pênis, vagina, pâncreas e ânus.

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