quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O TEMPO É A NOSSA DEGOLA



“Toda a poesia é luminosa, até a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes, em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar outra vez e outra vez e outra vez a essas sílabas acesas ficará cego de tanta claridade. Abençoado seja se lá chegar..." (Eugénio de Andrade)


"A poesia é a linguagem dos anjos". (Machado de Assis)

É da imperfeição do perfeito.
Aquela verdade cegou e queimou a razão.
Deleitava na contemplação do infinito.
Quem é esta que faz estremecer a mente que mente quando a lê?
Quem é esta que fora do seu tempo nos faz pensar, fantasiar a vida nos enfeites que trás?
De que tempo? É de quarenta é de trinta ou é de vinte ver a beleza estampada no seu ser.
Quem vê diria é a beleza somada a sabedoria.
Misturar as fantasias que trás nas vestes desenhadas do seu ser, em doces alegrias nas metáforas elaborados dos versos que faz.
O que podes oferecer só a mim e a ninguém, por mais que queiras dar, eu não podendo compartilhar é aos anjos que vão louvar, porque a outro não conseguirás compartilhar o mesmo ardor.
O sentir é viver mesmo que não seja o conviver.

Ah dizem que é coisas da poesia.
E, também dizem que é assim que vivem os poetas.

Pra que mentir se o ver é o querer, afastar não é deixar de sentir.
Dá-se com a distância o mesmo que com o futuro.
Podes se perdoar, só não, vais reconciliar-se com os seus desejos.
Não sugeria paixão, mas uma longa intimidade. É quando o longe se faz perto.
Possuía o tato e a perspicácia.
Ao primeiro olhar que lhe dirigi, meu coração ficou repleto de não sei que felicidade, de algo semelhante a um doce pressentimento.
A imagem é de endoidecer esquenta inverno nas metáforas bem construídas e a faz primavera no seu florir de encantos diante da presença do seu ser.
Ela faz virar pescoço dos passantes.
Cruzar ruas como carro em contramão.
É tudo que se faz absurdo.
Necessidade mais intima que crescem com os galanteios dos homens, que escrevem e cantam canção aos ouvidos de quem se desvaneceu naquele belo entardecer

Quando se a conhece descobre-se o muito além do que se vê, dá uma sensação de respeito e curvar-se ao seu ser, confundindo estações do ano, me engano. Ah, o vento que sopra aqui será o mesmo que sopra lá? Se fosse iria cantar aquela canção. Insípidas, tem sido a caminhada de muito trabalho e pouco tempo para a contemplação do universo do mato e do ato.
As belezas são transitórias, tanto que voltou ao mesmo lugar quando não praticava a meditação, não teve as mesmas sensações. E nem ela estava mais por lá. O tempo é a nossa degola.

sábado, 20 de novembro de 2010





Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria.
É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria sem motivo.
Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar. Lispector.



Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja. Lispector.



Coisas da poesia.


Quem é esta que faz estremecer a mente que mente quando a lê? Quem é esta que fora do seu tempo nos faz pensar, fantasiar a vida nos enfeites que trás? É de quarenta, é de trinta ou já não importa mais a beleza estampada visível do ser? Quem vê diria é a beleza da sabedoria. A imagem é de endoidecer esquenta inverno nas metáforas bem construídas e a faz primavera no seu florir de encantos do seu ser. Confundindo estações do ano, me engano. Ah, o vento que sopra aqui será o mesmo que sopra lá? Se fosse iria cantar aquela canção. Misturar as fantasias que trás nas vestes desenhadas do seu ser, em doces alegrias nas vestes elaborados dos versos que faz. Pra que mentir se o ver é o querer, afastar não é deixar de sentir. O que podes oferecer só a mim e a ninguém mais, por mais que queiras dar, eu não podendo compartilhar é aos anjos que vão louvar, porque a outro não conseguirás. O sentir é viver mesmo que não seja o conviver. Ah dizem que é coisas da poesia.
http://familiacotrim-metamorfosear.blogspot.com/2009_09_01_archive.html

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A luta de classes anda na beirada.


A cobiça, o luxo, orgulho e a inveja.
São ou não os maiores pecados sociais e que causam a miséria e com certeza são o luxo inauditos nas vestes e na alimentação, ou seja, sua ostentação.
O que queria dizer Jesus: Pregai por toda parte?
E qual a verdade do Evangelho?
Qual o caminho a seguir diante de tantas injustiças e o que está fora da ordem?
Seria virar religiosos e sair por ai papagueando a “fé”.
O que é uma sociedade sadia e organizada para a justiça?
Existe ao menos a possibilidade de não haver adultos marginalizados e detentos numa sociedade que não educa as crianças e jovens plantas que poderiam florescer para a virtude.
E quando não se reparte o pão?
O que vai acontecer é mendigar ou quando se tem a coragem roubar.
É a luta de classes enclausurada pro nada!
Criam-se presídios com superlotação sem nenhuma condição de dignidade por que já viviam antes em péssimas moradias então apenas continua as misérias já habituadas...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

era para ser um conto infantil







Aquela criança já está cansada
de zum-zum-zum sem abelha
que só faz cansar sua orelha.
Gosta de ouvir histórias
falta alguém contar
De estrela do céu e de estrela do mar,
sentada no sofá ou em qualquer lugar.
Ela quer logo ir a escola aprender Para logo pegar nos livros e ler.
Será que ela assiste à televisão com o controle remoto na mão? Já tem celular pra adulto imitar?
Eu acho que não, porque presta muita atenção, coisa rara nestes tempos de globalização.
Quem educa quem? Quem educa os educadores. Um diplomado não soube falar obrigado. Será que mais adiante é o abismo ou apenas algo está fora da ordem. Você viu algum pai ou mãe por ai?
Não é destes modernos presentes só com presentes.
Esses são pais- Noel!
Se alguém souber avise ao bem te vi que algumas vezes ainda passa por aqui.
Aqui em São Paulo temos mais de dez milhões de habitantes, são 20 milhões de ouvidos, e só queria um ouvido, se alguém souber me avise que ainda é tempo! Tenho falado ao vento.
E nestes tempos de envenenamentos a umidade relativa do ar não se encontra nem no bar, cachaceiros não faltam, dirigem automóveis com o som no último volume para se enganar que estão acompanhados. Alguém gritou quando um destes carros passou: Oh filho de kornô! Eu pensei deve ser...
A criança precisa ver atitudes, quer ver desligar a televisão e ouvir um pai/mãe/tio/avo ou alguém que o valha reunir a família em oração. Resgatar a família que é reunião, comunhão; parece que nem a sagrada família se sabe onde anda.
Feche o bar antes que anoiteça dentro de nós, acenda a luz, desligue a televisão; as crianças mais que pão precisa de lar. Talvez ainda não tenhas entendido o que é compartilhar o estar.
Que possas e deves contar ou ler uma história.
Serão educadas com outros valores que não os do mercado e a audição não sejam subtraídos pelas imagens, coisas fora de moda em tempos de consumismo exacerbado, as crianças na televisão despertam o adulto antes da razão. Perdem a infância em algum labirinto de adultos doentes.
E, ela não chora a toa abrindo a boca.
Como faz a outra ao invés de brincar prefere ficar a chorar
Passou por aqui um beija flor e disse que criança que chora tanto deve ser magoa molhada
De mãe ausente sem presente, sem passado. E sem futuro.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

a dor ás vezes é bom


A dor é minha, a dor é sua, a dor também é uma postura,a dor da gente leve ou pesada, a intensidade só a gente que sente e sabe e só quem tem sabe que tem na dimensão e no tamanho que da própria dor. Não desfaça a promessa, que você jurou. Nada mudou, ainda estou crisálida do meu caminhar, erros são meus, erros são seus, são nossos vossos, e dos rogai por nós, era tudo ou não era nada? Jurar então, não tem valor, e nem vale mais a pena conhecer os erros para evitar caminhar pro mar. É único destino que nos atrai. Tudo que sei, se é que alguma coisa eu sei, o que penso que sei é uma escravidão estar e ficarem seus abraços que por mais que me enlaço ainda assim sinto o aconchego, ali todo dia na rotina do dia a dia, do apertar o parafuso que existe pra me parafusar. Ela perdida neste paradigma também estava perdida e se agarra a ele e nem é cedo e nada seduz, seduzia antes, já não seduz, não cedo, nem mais tarde e nem mais cedo. E, ela ainda me dizia. -Você tem medo, E, eu respondia: Deve ter sido engano, nunca devia ter dito o que disse. A dor da gente só a gente é que sente.O que sinto, que foi bom ter sentido a dor naquele momento e é sempre bom saber dar tempo ao tempo e só agora compreendo quando ela disse-me vamos dar um tempo naquele momento que virou nas nossas mentes um eternamente. E chorar, pode ser o abraço que não sentia.
E não devia ter respondido quem ‘tem medo é você.Quando se chega às vezes é porque já se foi. Não implore, não ajoelhe, não peça nada que você não deu, não se desculpe, não caminhe na contra mão, ande de pé descalço e não pise no seu próprio calo, não tropique em nenhuma pedra. Precisa ficar ereta para enxergar mais longe.Se faltar o ar, deve ser o luar ou o tempo seco a castigar.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

cora coralina- o cantico da terra.

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.

Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.

cora coralina- poema "o milho"

Milho...
Punhado plantado nos quintais.
Talhões fechados pelas roças.
Entremeado nas lavouras,
Baliza marcante nas divisas.
Milho verde. Milho seco.
Bem granado, cor de ouro.
Alvo. Às vezes vareia,
- espiga roxa, vermelha, salpintada.

Milho virado, maduro, onde o feijão enrama
Milho quebrado, debulhado
na festa das colheitas anuais.

Bandeira de milho levada para os montes
largada pelas roças:
Bandeiras esquecidas na fartura.
Respiga descuidada
dos pássaros e dos bichos.

Milho empaiolado.
abastança tranqüila
do rato,
do caruncho.
do cupim.
Palha de milho para o colchão.
Jogada pelos pastos.
Mascada pelo gado.
Trançada em fundos de cadeiras.

Queimada nas coivaras.
Leve mortalha de cigarros.
Balaio de milho trocado com o vizinho
no tempo da planta.
"- Não se planta, nos sítios, semente da mesma terra".

Ventos rondando, redemoinhando.
Ventos de outubro.

Tempo mudado. Revôo de saúva.
Trovão surdo, tropeiro.
Na vazante do brejo, no lameiro,
o sapo-fole, o sapo-ferreiro, o sapo-cachorro.
Acauã de madrugada
marcando o tempo, chamando chuva.
Roça nova encoivarada,
começo de brotação.
Roça velha destocada.
Palhada batida, riscada de arado.
Barrufo de chuva.
Cheiro de terra; cheiro de mato,
Terra molhada, Terra saroia.
Noite chuvada, relampeada.
Dia sombrio. Tempo mudado, dando sinais.
Observatório: lua virada. Lua pendida...
Circo amarelo, distanciado,
marcando chuva.
Calendário, Astronomia do lavrador.

planta de milho na lua-nova.
Sistema velho colonial.
Planta de enxada.
Seis grãos na cova,
quatro na regra, dois de quebra.
Terra arrastada com o pé,
pisada, incalcada, mode os bichos.

Lanceado certo-cabo-da-enxada...
Vai, vem... sobe, desce...
terra molhada, terra saroia...
Seis grãos na cova; quatro na regra, dois de quebra
Sobe. Desce...
Camisa de riscado, calça de mescla
Vai, vem...
golpeando a terra, o plantador.

Na sombra da moita,
na volta do toco - o ancorote d'água:

Cavador de milho, que está fazendo?
A que milênios vem você plantando.
Capanga de grãos dourados a tiracolo.
Crente da Terra, Sacerdote da terra.
Pai da terra.
Filho da terra.
Ascendente da terra.
Descendente da terra.
Ele; mesmo; terra.

Planta com fé religiosa.
Planta sozinho, silencioso.
Cava e planta.
Gestos pretéritos, imemoriais...
Oferta remota; patriarcal.
Liturgia milenária.
Ritual de paz.
Em qualquer parte da Terra
um homem estará sempre plantando,
recriando a Vida.
Recomeçando o Mundo.

Milho plantado; dormindo no chão, aconchegados
seis grãos na cova.
Quatro na regra, dois de quebra.
Vida inerte que a terra vai multiplicar

Evém a perseguìção:
o bichinho anônimo que espia, pressente.
A formiga-cortadeira - quenquém.
A ratinha do chão, exploradeira.
A rosca vigilante na rodilha,
O passo-preto vagabundo, galhofeiro,
vaiando, sorrindo...
aos gritos arrancando, mal aponta.
O cupim clandestino
roendo, minando,
só de ruindade.

E o milho realiza o milagre genético de nascer:
Germina. Vence os inimigos,
Aponta aos milhares.
- Seis grãos na cova.
- Quatro na regra, dois de quebra,
Um canudinho enrolado.
Amarelo-pálido,
frágil, dourado, se levanta.
Cria sustância.
Passa a verde.
Liberta-se. Enraíza,
Abre folhas espaldeiradas.
Encorpa. Encana. Disciplina,
com os poderes de Deus.

Jesus e São João
desceram de noite na roça,
botaram a bênção no milho,
E veio com eles
uma chuva maneira, criadeira, fininha,
uma chuva velhinha,
de cabelos brancos,
abençoando
a infância do milho.

O mato vem vindo junto,
Sementeira.

As pragas todas, conluiadas.
Carrapicho. Amargoso. Picão.
Marianinha. Caruru-de-espinho.
Pé-de-galinha. Colchão.
Alcança, não alcança.
Competição.
Pac... Pac... Pac...
a enxada canta.
Bota o mato abaixo.
arrasta uma terrinha para o pé da planta.
"...- Carpa bem feita vale por duas..."
Quando pode. Quando não... sarobeia.
Chega terra O milho avoa.

Cresce na vista dos olhos.
Aumenta de dia. Pula de noite.
Verde Entonado, disciplinado, sadio.

Agora...
A lagarta da folha,
lagarta rendeira...
Quem é que vê?
Faz a renda da folha no quieto da noite.
Dorme de dia no olho da planta,
Gorda; Barriguda. Cheia.
Expurgo: nada... força da lua..,
Chovendo acaba - a Deus querê.

"O mio tá bonito..."
"-Vai sê bão o tempo pras lavoras todas."
"-O mio tá marcando..."
Condieionando o futuro:
"- O roçado de seu Féli tá qui fais gosto...
Um refrigério"
"- O mio lá tá verde qui chega a s'tar azur..."
- Conversam vizinhos e compadres.

Milho crescendo, garfando,
esporando nas defesas...

Milho embandeirado.
Embalado pelo vento.

"Do chão ao pendão, 60 dias vão".

Passou aguaceiro, pé-de-vento.
"- O milho acamou..." "- Perdido?"... Nada...
Ele arriba com os poderes de Deus..."
E arribou mesmo; garboso, empertigado, vertical

No cenário vegetal
um engraçado boneco de frangalhos
sobreleva, vigilante.
Alegria verde dos periquitos gritadores...
Bandos em seqüência... Evolução...
Pouso... retrocesso.

Manobras em conjunto.
Desfeita formação.
Roedores grazinando, se fartando,
foliando, vaiando
os ingênuos espantalhos.

"Jesus e São João
andaram de noite passeando na lavoura
e botaram a bênção no milho".
Fala assim gente de roça e fala certo.
Pois não está lá na taipa do rancho
o quadro deles, passeando dentro dos trigais?
Analogias... Coerências.

Milho embandeirado
bonecando em gestação.
- Senhor!... Como a roça cheira bem!
Flor de milho, travessa e festiva.
Flor feminina, esvoaçante, faceira.
Flor masculina - lúbrica, desgraciosa.

Bonecas de milho túrgidas,
negaceando, se mostrando vaidosas.
Túnicas, sobretúnicas...
saias, sobre-saias...
Anáguas... camisas verdes.
Cabelos verdes...
- Cabeleiras soltas, lavadas, despenteadas...
- O milharal é desfile de beleza vegetal.

Cabeleiras vermelhas, bastas, onduladas.
Cabelos prateados, verde-gaio.
Cabelos roxos, lisos, encrespados.
Destrançados.
Cabelos compridos, curtos,
queimados, despenteados.
Xampu de chuvas...
Flagrâncias novas no milharal.
- Senhor, como a roça cheira bem!...

As bandeiras altaneiras
vão se abrindo em formação.
Pendões ao vento.
Extravasão da libido vegetal.
procissão fálica, pagã.
Um sentido genésico domina o milharal.
Flor masculina erótica, libidinosa,
polinizando, fecundando
a florada adolescente das bonecas:

Boneca de milho, vestida de palha...
Sete cenários defendem o grão
Gordas, esguias, delgadas; alongadas
Cheias, fecundadas.
Cabelos soltos excitantes.
Vestidas de palha.
Sete cenários defendem o grão,
Bonecas verdes, vestidas de noiva
Afrodisíacas, nupciais...

De permeio algumas virgens loucas...
Descuidadas. Desprovidas.
Espigas falhadas. Fanadas. Macheadas.

Cabelos verdes. Cabelos brancos.
Vermelho-amarelo-roxo, requeimado...
E o pólen dos pendões fertilizando...
Uma fragrância quente, sexual
invade num espasmo o milharal.
A boneca fecundada vira espiga.
Amortece a grande exaltação.
Já não importam as verdes cabeleiras rebeladas
A espiga cheia salta da haste.
O pendão fálico vira ressecado, esmorecido,
No sagrado rito da fecundação.

Tons maduros de amarelo.
Tudo se volta para a terra-mãe.
O tronco seco é um suporte, agora,
onde o feijão verde trança, enrama, enflora.

Montes de milho novo, esquecidos,
marcando claros no verde que domina a roça.
Bandeiras perdidas na fartura das colheitas.
Bandeiras largadas, restolhadas.
E os bandos de passo-pretos galhofeiros
gritam e cantam na respiga das palhadas.

"Não andeis a respigar" - diz o preceito bíblico
O grão que cai é o direito da terra.
A espiga perdida - pertence às aves
que têm seus ninhos e filhotes a cuidar.
Basta para ti, lavrador,
o monte alto e a tulha cheia.
Deixa a respiga para os que não plantam nem colhem
- O pobrezinho que passa.
- Os bichos da terra e os pássaros do céu

terça-feira, 17 de agosto de 2010

zé da luz- poeta repentista

As flô de Puxinanã
(Paródia de As "Flô de Gerematáia" de Napoleão Menezes)

Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!


Ai! se sêsse!...

Se um dia nós se gostasse;
Se um dia nós se queresse;
Se nós dos se impariásse,
Se juntinho nós dois vivesse!
Se juntinho nós dois morasse
Se juntinho nós dois drumisse;
Se juntinho nós dois morresse!
Se pro céu nós assubisse?
Mas porém, se acontecesse
qui São Pêdo não abrisse
as portas do céu e fosse,
te dizê quarqué toulíce?
E se eu me arriminasse
e tu cum insistisse,
prá qui eu me arrezorvesse
e a minha faca puxasse,
e o buxo do céu furasse?...
Tarvez qui nós dois ficasse
tarvez qui nós dois caísse
e o céu furado arriasse
e as virge tôdas fugisse!!!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ze daluz

Zé da Luz

As Flô de Puxinanã


(Paródia de As “Flô de Gerematáia” de Napoleão menezes


Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.


A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.


A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.


Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.


A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.


Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.


Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.


Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

AMOR é de todo dia, escrevi pensando na minha tia Maria

Por força da distância, as visitas são raras, o que nos dilacera, e é preciso dizer, aprendi a gostar e admirá-la e com o passar do tempo, sua atenção, conversas e atenção foram uma diáfana para o meu caminhar e sempre bate uma vontade de estar mais perto até para poder ouvir o cricrilar, o gorjear, o pisar na relva e sem pudor abraçar uma árvore energizar e acompanhar a gestação das laranjeiras que exalam gostoso perfume de suas flores e depois nos alimentam com doces sabores de seus frutos, assim como as demais do pomar.

Os incautos e condicionados passam sem notar e mesmo sabendo que somos alhures de nós mesmos. E, me inquieto e fico lânguido de amargor.

Maria o nome que principia na palma da minha mão como diz uma canção que não toca no rádio. Maria é o nome que ocupa o primeiro lugar mesmo longe do altar, é bíblico, forte, muita energia, responsável com seus compromissos, estou enleado com o seu ser. Rezo para que mesmo com a idade e os problemas adjacentes não fiques puída e nem se deixe lacerar pelas dores do mundo. E que mantenhas a força e a sabedoria para derrotar qualquer mal pressagio que possa vir dilacerar e trazer abrolhos, pedras, tropeços em seu caminhar. E que estas minhas palavras sejam uma oblação que faço aos querubins pela sua devoção.

Lembrar de você é como solfejar em noites de lua cheia, mesmo em tempestades com fortes trovoadas.

E mesmo por conta do tempo que nos atinge, mapeia e desnorteia a todo o momento e alguns outros dizem da idade avançada é meio abiótica, já nem estava notando a força do pensamento que fugia ao entendimento de quem era eu, diante dos olhos seu.

Fiquei paralisado sem entender onde andava, ou se perdeu aquela forte energia, que sempre me recebia com abraços esfuziantes e, eu abetumado agora lhe perguntava como se sentia, ela cabisbaixo, balbuciando as palavras abichornada parecia que nada dizia, ainda assim, melíflua me sorria.

Seus pensamentos inóspitos que não entendiam, o porquê não me ouvia, e, eu pensava: não me ouvia porque já não entendia? Sua surdez paralisava as palavras que em alto som eu falava e ao pé do seu ouvido se calavam; e, já sem prazer em pronunciar nenhuma história inefável porque ela já não compreenderia, ela ainda sem entender os porquês, abraçava-me na sua agonia. Suas mãos tremulam cheias do presente no passado amassado que me acalentaram e alimentaram e hoje fracas de tanto amassar a massa, cozinhar o pão, tricotar o algodão, se iludir na armadilha da carne pura e alimentar o sonho dizer-me muitas vezes: Deus te abençoe nas benções que eu pedia e ainda as carrego por onde eu caminho no meu dia-a-dia.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

AUTOPSIA

A cada dez segundos alguém morre em conseqüência do vício do cigarro em todo o mundo. Aqueles que fumam desde a adolescência - 90% dos fumantes - em geral vivem 20 a 25 anos menos do que os que nunca deram um trago. Além das doenças velhas conhecidas, como o ataque cardíaco e o câncer de pulmão, estão expostos a males que os afetam da cabeça aos pés, por fora e por dentro. Reunidos no mesmo corpo, formam o mais chocante.


Fumar enfraquece o sistema imunológico e torna o corpo vulnerável a doenças como a lupus erithematosus, que provoca calvície. Cabelo de fumante, quando existe, é assim: quebradiço, sem brilho e, para completar, mau cheiroso.
Quem consome mais de um maço por dia tem o dobro de chance de ter catarata, doença que deixa a visão nublada e, aos poucos, leva à cegueira.
O cigarro envelhece a pele, deixa-a seca e enrugada. Sua nicotina inibe a produção de colágeno, dificulta a assimilação de vitamina A, reduz a hidratação do corpo e retira proteínas que dão elasticidade à epiderme. Fumantes de 40 anos costumam ostentar rugas que só aparecem nos não-fumantes quando estão na casa dos 60.
O fumo obstrui os vasos sangüíneos e reduz o fluxo de sangue para o ouvido. Por isso, o fumante começa a sofrer de perda de audição, em média, 16 anos antes dos outros, além de se tornar mais suscetível às infecções.
Cigarro não provoca melanoma, um tipo de câncer de pele que pode ser fatal. Em compensação, aumenta o risco de morte em pessoas atingidas pela doença. Outro tumor maligno, conhecido como carcinoma, tem freqüência 50% maior entre fumantes.
Fumar cigarro amarela os dentes e contribui para a formação de tártaro, o que provoca cáries. A probabilidade dos dentes de um fumante caírem é 150% maior que a de um não-fumante.
A fumaça do cigarro irrita as glândulas salivares, que passam a produzir menos saliva, deixando a boca seca e com odor fétido.
Além de câncer do pulmão, vários distúrbios respiratórios têm origem no hábito de fumar. Um desses males é o enfisema, que, em casos extremos, é resolvido através de uma operação conhecida como traqueotomia. Assim, o paciente pode respirar por um buraco aberto na garganta, na altura da traquéia (como na figura ao lado). A bronquite é outra doença que ataca o fumante com sintomas típicos: acúmulo de catarro, tosse e dificuldade de respirar.
O monóxido de carbono exalado pela fumaça dos cigarros e dos automóveis diminui a oxigenação do sangue e reduz a densidade dos ossos, que passam a quebrar facilmente. Quem fuma um maço por dia está mais propenso a sofrer dores nas costas.
Fumar dá taquicardia, eleva a pressão do sangue, aumenta o risco de hipertensão, pode causar o entupimento das artérias e levar ao enfarto.
O cigarro diminui a resistência às bactérias que geram a úlcera de estômago. Se o paciente não parar de fumar, o tratamento será difícil e raramente levará à cura.
O alcatrão mancha de amarelo os dedos e as unhas do fumante. Não adianta lavar com água e sabão - para limpá-los é preciso abdicar do cigarro.
Além de aumentar o risco de câncer cervical e uterino, o cigarro afeta a fertilidade feminina, gera complicações na gravidez e na hora do parto. Em mulheres com mais de 30 anos, fumar faz baixar os níveis de estrógeno, um hormônio importante na reprodução humana. Sua diminuição apressa a menopausa.
Fumar reduz o número de espermatozóides ativos, diminui o fluxo sangüíneo para o pênis, pode afetar o desempenho sexual e causar impotência. O DNA do fumante também é danificado pelo cigarro: filhos de homens que consomem um maço por dia têm chance 42% maior de contrair algum câncer.
O corpo do fumante tem até três vezes mais chance de desenvolver psoríase, uma doença crônica que provoca escamas esbranquiçadas e manchas vermelhas na pele, principalmente nos joelhos e no couro cabeludo.
O hábito de fumar danifica as paredes dos vasos sangüíneos e dificulta o bombeamento de sangue até as extremidades do corpo, causando o Mal de Buerger. Há casos em que a má circulação provoca gangrena e obriga à amputação.
Pelo menos 60 substâncias presentes no cigarro são comprovadamente cancerígenas. As pessoas que fumam têm 22 vezes mais chance de contrair câncer no pulmão (A), sem contar o risco de sofrer dessa doença no nariz (B), língua (C), boca, glândulas salivares e faringe, esôfago, rins (D), pênis, vagina, pâncreas e ânus.

sábado, 19 de junho de 2010

graça-engraçado-des(sem graça)

A mente, impacientemente e demente, mente descaradamente.E muitos condicionadamente, riem pacientemente sem pensar que nada é eternamente.Desgraçadamente.
Talvez outra geração e não se vê nem uma luz que seja próxima, parece muito distante - que venha a reacender a luz da esperança nas mudanças de uma sociedade mais harmoniosa e solidária e o pior é que sonhei este sonho, se bem que lá atrás, e já se passaram alguns metros de desesperança que alguma coisa nos apraz. De fato estou ficando velho, já não é só o espelho que me acusa! Onde andará Maria Rita como diz uma canção do Vandré e eu pergunto onde andará Vandré que já não fez mais esta canção. E mais velho sei que sou quando bate uma saudade daqueles festivais onde as canções nos remetiam para algum futuro que nunca chegou. E lembrar-se de um show onde os estudantes pediam para a Mercedes Sosa cantar "que viva los Estudiantes" e não entendíamos, porque ela não atende e canta. No outro dia os jornais estampavam manchetes sobre o show e diziam que fora proibida pela censura de cantar esta melodia, e os caras eram tão burros de não ter proibido a apresentação da cantora porque havia tantas outras melodias mais instigantes como: La carta- letra de violeta parra. -Que letra e que melodia! Até hoje quando ouço fico em êxtase. E o cantor Victor Jara; assassinado no Chile tendo as mãos decepadas. Qual foi o seu pecado? Vejam hoje suas melodias. Vocês conhecem? Não? Então vou colocar alguns versinhos de suas canções, uma delas entre outras eu cantava para meu filho dormir e quem ler o meu livro vai lembrar-se deste detalhe, a outra foi que me incentivou a colocar o nome na filha.


La Carta, cantada por Mercedes Sosa.


estas outras duas melodias é de Victor Rara.cantor chileno assassinado pela ditadura pinochet, sabe por que? PENSAVA!

Década de 1960 e 1970 vai demorar mais de um século para aparecer coisas semelhantes!Jovens nas ruas, a cultura nos poros e nas mentes, a arte em todos os cantos, e nas mais variadas formas.
Pensou, pensei, pensamos... Quem pensou? Neste livro busquei nas palavras um acalanto para entender e refletir sobre educação: meios de comunicação, Leituras, cultura, escola, família. Etc. Alguns questionamentos necessários para o despertar de um ser.
Uma das poucas armas da libertação que temos é a leitura.
Se o povo não lê e nem gosta de ler... Ficarão difícil as transformações necessárias para a maioria da população que ficará sempre a mercê dos interesses da classe que detêm o poder.
Como vivenciar a partilha numa sociedade que condiciona para o consumo?

Nós somos um povo condicionado pelos burgueses que nos controlam de acordo com seus interesses e valores. A leitura não é do interesse. Então... E agora se ninguém ler? Escrevo para eu me ler.
A gente se acostuma a se perder de si mesma. Somos pessoas diferentes e cada uma tem a sua verdade.
Ao invés de ficar, o tempo todo, especulando o jeito de ser e de fazer das outras pessoas, ocupe-se em fazer a sua parte.
O que não faltam é irracionalidades... Reflexão sobe o poder das palavras, particularmente as escritas. E, é pelas palavras que nos sentimos partes, creia ou não.
Palavras apenas, amenas, palavras

Trenzinho Caipira - Heitor Villa Lobos

terça-feira, 1 de junho de 2010

do livro educar

As escolas alimentam o sonho implausível do sucesso individual. A falta de perspectivas e a mentira da qualificação profissional como saída só alimentam alternativas marginais:
A violência.
Não se vê um movimento coletivo que se contraponha ao mercado e à barbárie. Vive-se sob o signo do sucesso individual, a qualquer preço e a qualquer custo (impossível para a maioria).
É o mundo cujos sonhos e comportamentos egoístas, individualistas, consumistas, onde a propriedade, o ter, ter, ter, são diariamente pasteurizado.
Alguns (alunos) acreditam que, freqüentando uma boa escola, estarão garantindo emprego. Ora, a escola não é agência de emprego, não é a política geradora de empregos, embora também seja importante para um bom desempenho das funções que o cidadão ocupa ou ocupará desde que haja empregos.
Parece que, no que diz respeito à educação, a inversão tem regido, e muito, os cursos.
Vamos retomar um ponto importante acerca da saúde do professor.
Sabe-se que o profissional está cada vez mais afetado pelo esgotamento mental. Quanto a isso não há dúvidas. A cautela que se deve ter agora é quanto ao aluno.
O desinteresse em aprender não pode ser visto como conseqüência do estado do professor.
Ou seja, o professor doente não pode ser a razão da falta de motivação do aluno. Estes dois fenômenos, tão claros no universo escolar, são conseqüências, e não um a causa do outro.
Enxergar o comprometimento da saúde do professor como causa é assumir um discurso ideológico criado a partir de uma inversão em sua estrutura.
A sala de aula se tornou um espaço tal qual a sala de visita da casa do aluno, já que ele não enxerga mais uma nítida diferença entre o que é possível fazer no espaço escolar ou em casa. Deitar-se sobre a carteira, tirar os sapatos revelam uma “indisciplina do corpo”; em outras palavras, a doença do aluno é a indisciplina que ele não adquiriu na escola.
A criança não gosta da escola, é um castigo estar lá mais tempo. Ninguém procura entender de que tipo de escola a criança gostaria. Seria preciso despertar na criança o gosto pelo aprender.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mari Amorim Brincando Com a Rima: DELÍRIOS...#links#links

Mari Amorim Brincando Com a Rima: DELÍRIOS...#links#links

paixão quando ardente queima,quando queima incendeia,quando incendeia causa alguns transtornos, ou não?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

AH SE EU PUDESSE TE CONTAR

O que eu tanto leio, se leio, e o que leio se revela no intimo de um ser. O ser. Devemos sempre fazer esta pergunta que esta sugerida no intimo do ser, do quem sou. Devo me amar, porque sei que sou e não porque me imagino de ter defeito físico, ou não; de ter ou não ter visão; de ter bens, ou não. Meu deus tem visão! Que maravilha. Existe coisa melhor, ficar reclamando do que? Poderia não me entender nas palavras que digo e é preciso tomar cuidado com o que se fala. As palavras enraízam em nosso ser e transformam o mal no bem e o bem no mal, e a gente às vezes passa a se sentir menor tão menor que pensamos até que somos uma ratazana que ninguém nos quer ver e quer nos pisotear; ai onde tem um buraco pra eu entrar, mas de repente a gente pode se descobrir gente e ai minha cara se a gente se descobrir gente, nos transformamos como numa metamorfose e ficamos mais sábios mais donos do nosso destino entramos menos em atalhos e já queremos mais e mais importância de ser gente, porque ser gente já é uma conquista. A importância da conquista nos engrandece que nem te conto neste conto que é capaz até de você acreditar.

LER, LER E LER,É O CAMINHO.

Por isso minha cara, insisto em leituras, ler e a salvação.
Existem tantos livros que são escritos para pessoas ler... Se não são lidos alguma coisa precisa ser repensada.
Ah e se descobrem a leitura!

Continue a se olhar, mas observe-se, veja os detalhes, quer perfeição? Não. Isso não existe nada é perfeito, se enganam aqueles que pensam assim, buscamos a perfeição a perfeição é uma meta. Que buscamos atingir.
Às vezes quando vou à praia fico observando
o que tem de imperfeição, no que se pensava perfeito...

nada é tudo. tudo é mistérios, mistérios é não falar. Falar é contradizer os significados

quinta-feira, 1 de abril de 2010

do livro QUEM EDUCA QUEM

Prefacio

Educação: ato ou efeito de educar (se).
Processo de desenvolver a capacidade física, intelectual e moral do ser humano. Instruir.
A educação inicialmente se dá na família.
Família: Unidade sistemática constituída pela reunião de gêneros.
Grupo de pessoas; pequena associação de pessoas voltadas para um bem comum.
Escolarizar: submeter ao ensino escolar.
Escola: Onde se ministra ensino coletivo.

Numa sociedade de classes, como ocorrem a educação familiar e a escolar? Por que as educações familiares e também a escolar estão em crise?

Entre outras, a escola é educadora; a igreja é educadora; a política é educadora, a televisão é educadora. E, é a família a maior educadora entre todas.
Mas cadê a família? Nem vou perguntar das outras instituições. Porque ninguém saberia responder.

A educação é construir uma vida. Construir é uma tarefa diária, diferente de ganhar.
Será que alguém se atreve a responder para que existem escolas? Sejamos honestos e vamos tentar responder a todas essas questões acima colocadas.

Ah! Mais uma questão para refletir.

Quando o profissional do magistério se prepara ansiosamente e começa a dar suas primeiras aulas, na maioria das vezes está transbordando de interesses, de vontades e de conhecimentos e, se os alunos estão dispostos a sugar, buscar, receber, haverá uma simbiose, uma maior possibilidade de empatia entre professor e alunos.
Mas infelizmente, o desinteresse, e a desmotivação estão encravados e parece uma epidemia geral, não sei se pelo fato de muitos dos mestres já terem sido educados dentro desta panela de pressão em que se tornou a educação pós-televisão.

A violência não se explica apenas por ela mesma. Antes de entender o quebra-quebra de carteiras e cadeiras e pancadas em professores, é preciso de fato a sociedade analisar-se nos seus valores e tentar mudar a direção desses mesmos valores que estão sem rumo, desnorteados.
A sociedade é composta de vários instrumentos, várias são as instituições e poucas têm se movimentado para os fatos reais.

quarta-feira, 24 de março de 2010

EMBRIAGADOS

EMBRIAGADOS
Leve como uma pluma em algum dia de verão ou e, de inverno.
Simplesmente quente, contrastando; com uma umidade de molhar pensamentos, naqueles dias efêmeros estavam enternecidos. Rodopiava leve, virava e girava, girava e virava, leve muito leve, o vale vinha na mão e na mão fazia desenhos de todo o contorno medido pensado sonhado desejado enquanto ela dizia palavras com nexo e sem nexo de tanto sexo; ele embotado diante do fato narrado, fotografado, registrado, carimbado, estava o menino numa letargia que sentia todo seu corpo num marulhar tão intenso que não sabia se o vale do corpo dela havia desenhado, sonhado, se era real ou carnaval.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

nem adultério


Aqui em São Paulo o transito está tão insuportável é tanto tragar de gasolina nos pulmões é tanto estresse em qualquer horário não se consegue chegar a lugar nenhum E na hora do rush, até o adultério torna-se impossível.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

metáforas







Menina,

seus versos
me deixam

impregnados de desejos,
em querer silaba por silaba de você; Mulher.
Suas palavras são bem colocadas até na hora do vamos ver.
Uma cama ou matilha?
Quando a leio desenho você em mim e penetro seus pensamentos.
Ninguém sabe que,
o que ela escreve são os mistérios que me revela em noites de lua cheia mesmo em pleno dia.
Entorpecia-me e saciava-me de uma sensação sentida no âmago do ser.
Ficara instável como a água.
Ela uma companheira ideal grande na beleza e potente no prazer.
Tal a volúpia na alegria do ser.

Seu corpo compõe suas meataforas... Faz-me viajar no imaginário.

Nuvens deslizavam numa virilidade de espantar os bons pressagios, um vento quente invadia esfuziava, zunindo, por entre os telhados e remoinhando os arvoredos. Um vento mais leve osculando meu rosto e acudia com um perfume de flores de alguma dama da noite que seus sentidos ficaram um pouco toldados que já nem podia a alma se soltar para o pensamento. Talvez fosse melhor não entender.Ah como eu me desentendia. Lembra uma última gota que escorria pela tua boca.

Suas palavras são como pernas para cima de uma mulher lasciva. E ao desenvolver a leitura é como assistindo o abrir desleixada de uma orquídea. E eu a olhar este entreabir, estático estou.. Nuvens deslizavam numa virilidade de espantar os bons pressagios, um vento quente invadia esfuziava, zunindo,e remoinhando o falo,falaram entre os telhados os gatos e gatas no cio, e já não aparecia, medo da chuva?

Suas palavras, seus poemas, suas metáforas são relâmpagos vermelhos que o ceu incendiava nestes dias quentes de verão e do trovão e da tempestade trazem-me algum acalanto de bem estar.
Levaste algum peçaço ao bater a porta.
Agora carregas para onde andas.Uma gota de desejos que nunca um orgasmo tenha sido sutil e definitivo por si mesmo.
Um vento mais leve osculando meu rosto e acudia com um perfume de flores de alguma dama da noite que seus sentidos ficaram um pouco toldados que já nem podia a alma se soltar para o pensamento. Talvez fosse melhor não entender. Dama da noite perfumou-me em pleno dia.
Sorve, sorve os pensamentos que pisam em alguma consolação de um boteco ou de uma reza; amém.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

desejos





Lembra-se do calice sagrado
que apanhaste uma ultima gota
que escorria pela sua boca.
Levaste este pedaço ao bater da porta.
Agora carregas para onde andas uma gota de desejos que nunca um orgasmo tenha sido tão sutil.
Sorve, sorve os pensamentos mil; é a única peça deste souvenir que me resta.