O vento zumbia num zunir atordoante e a lua andava brincando com as nuvens como se estivesse tudo em harmonia. Nem percebiam que ele andava no extraordinário cataclismo de alguma confusão cerebral.
Parece que tudo caminha numa selvageria do ser, e o verniz social das aparências vai dizendo feliz natal; boas festas com uma tênue camada de verniz por fora assim entre as confusões do ser e do não ser; os extremos paralisam o pensar no porvir solidário sem desafetos e sem manjedouras.
Estes desejos chegam com uma intensidade que faz doideira em noite de romance acho que é a timidez que o acompanhou na adolescência sem pena que até ficava com dó. E, ela naquele vestido que desenhava seu corpo que ele teve a impressão extravagante de que ela andava nua e ele devaneava e nem sabia onde pisava; E o espelho que acusava seus olhos vermelhos pouco a pouco a sua confusão se dissipou enquanto toda a cidade em burburinho e ali naquela confraternização todos parolava e ele ficava em silêncio, contemplando-a e, ela ao vir sentar ao lado dele que já tremelicava de prazer e enquanto no silêncio a mão dela levemente posava no braço dele e sua mão sorrateiramente um pelo foi apertando e puxando e já sentia uma dor sem doer, sentia estupefação e algum desejo de voar naquela hora e para atiçá-lo olhou nos seus olhos e espicaçou seus rumos e aprumos; ficou a desejar naquela hora ser algum selvagem para aproveitar do feliz natal. Calma disse-lhe ela, estamos no meio do mundo e todos estão querendo ver algum vídeo clipe, mantemos a disciplina para não causar nenhum nó cego o que seria um contra-censo, já estava se sentindo quase doido já imaginava o gemido desesperado, nunca mais poria os pés naquela casa.
Estalavam foguetes na rua e sentia também os foguetes queimando em alguma fogueira dentro de si num desejo que espantar cascavel despiram-se de escrúpulos as cenas lúbricas estavam a arrepiar.
Quando uma voz a chamou parece-me que era sua mãe já desconfiada de alguma coisa fora da ordem acontecendo... E ela é claro levantou-se rapidinho despediu apenas com ate outro dia.
E o outro dia marcara na casa de sua tia que havia viajado e solicitado sua presença para poder cuidar de alguns de seus animais é, com efeito, uma boa proposta cuidar dos bichinhos indefesos. Pensou!
E logo quando lá chegaram foram tratando de fazer todas as tarefas imediatamente e assim poder sobrar um tempo maior livre e carbonizar o que já sabiam serem os desejos.
Foi então já na hora do almoço e sem almoço que se sentaram na cama para poder conversar, qual o que nada de conversa quem disse que tinham assuntos? Os assuntos fugiram e ela disse assim: abraça-me e ele pediu que se levantassem para o abraço e os corpos se colaram como se fossem puxados por algum imã e ficaram juntinhos na mesma sintonia foram tantos beijos e rolar de mãos que nem saberiam contar e que nem um pescador acreditaria em tamanha façanha que um abraço seria capaz. Ele disse quase num sussurro passei a semana inteira, inquieto e naquele dia não tive um momento de sossego. Estava ansioso por estes momentos arrebatadores de poder estar junto a você e usufruir desta sua beleza cativante e energisante e deste contemplar o universo em você.
Embrenhei-me numa fantasia que parece que nunca estive com tanta perfeição de poesia, sonhar de noite e escrever de dia sempre sonhando com sua geografia!
Se for poesia é como adulação se bem não fizer mal não faz! Foram sem se aperceber tirando os panos e quando se viram já estavam puxando as meias e olhando por entre as pernas na direção de algum horizonte que se via vulcão, planície, montanhas e outros elevados contornos. Subiram ao alto dos picos no silêncio das montanhas ouviam-se aqueles gemidos sem sentir dor, aqueles uivos de loba no cio, aqueles repuxar de olhos num tilintar de tantos prazeres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário