quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CARNAVAL






Os gemidos do vento respondiam as minhas inquietações.


Enquanto isso... Os agrotóxicos continuam envenenando e 98% nem sabe se sabe o que pensam que sabe.

O essencial daquilo que vivemos fica em algum cantinho esperando o momento certo para nos clarear a mente na caminhada para a reconstrução e refazer em si o histórico de lembranças.

No deserto do ser, fico a recordar a velha casa de infância, as brincadeiras da meninice, o pouco tempo de vivencia no seminário com todo o seus rituais, o cair da tarde com as orações em casa com a família.

Acabou o carnaval depois vem o futebol e as novelas babacas tudo condicionadores da mente, entretenimento é necessário, mas cultura, e a arte em geral se fazem urgente e a necessidade é premente. Nem a boa música não se ouve mais... As rádios dizem só tocam o que o mercado impõe. Poucos buscam a leitura que é o caminho mais curto para fugir dos condicionamentos opressores. E a vivência do equílibrio corpo/alma está em falta é necessário um povo viver a espiritualidade sem igrejas que prometem o show da fé e nem espetáculos. Amém.

Um silêncio não se parece com outro silencio. O silêncio é bem antes do silêncio.

Carnaval e tudo o que condiciona está a exposição todos os dias e todas as horas. É muito barulho e Deus não existe no barulho! O trafego de drogas não paralisa; o consumo intensifica e as bolsas de investimentos que equilibram a economia mundial agradecem nem todas as palavras podem ser escritas... E ainda ficam alimentado o machismo com tantas bundas no mercado oferecendo-se na estante do mundo animal desequilibrando com tantas fantasias e pouco ofertório na graça do humano!

É só no silêncio que se pode escutar o seu eu que clama e chama e todos fingem não ouvir para não dar o trabalho de se reconhecer, mas ai é o clamor que chora e assusta alguns incautos porque a vida interior longe de entorpecer-se, fortifica-se. Somos matéria e espírito. E os meios midiáticos condicionam o ser para o consumo para atender o mercado e este se bestializa vivendo de fantasias alimentando apenas a matéria, e o espírito fica entregue ao deus dará onde alguns espertalhões se fazem representantes da salvação divina confundindo alhos com bugalhos.

O que precisa acontecer? Há uma insatisfação, um sentimento de angustia pelos absurdos dos que não descobriram o clamor da alma que pede calma e necessitam do equilíbrio do ser para um melhor viver e conviver. Será que não sabem que a luz elimina a sombra. E porque insistem em viver no falso clamor na falsa luz, já passou da hora de acordar do sono. As fantasias que tão bem são representadas no carnaval poderiam imaginar-se não só no carnaval e em todos os momentos seres fantasiado alguns se aproveitam do momento e raivosos se violentam em monstros; e quando nos vemos clarear a parte humana do ser ai é que sentimos como somos vulneráveis aos condicionamentos. Não somos um rebanho, para os que se educam no culto ao respeito, dignidade e a generosidade. A verdade de ontem está em estado de coma. Toda ação humana só tem sentido se estiver alicerçada a serviço de uma evidência espiritual na vivencia do equilíbrio que se faz necessário na busca da caminhada.