quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O TEMPO É A NOSSA DEGOLA



“Toda a poesia é luminosa, até a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes, em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar outra vez e outra vez e outra vez a essas sílabas acesas ficará cego de tanta claridade. Abençoado seja se lá chegar..." (Eugénio de Andrade)


"A poesia é a linguagem dos anjos". (Machado de Assis)

É da imperfeição do perfeito.
Aquela verdade cegou e queimou a razão.
Deleitava na contemplação do infinito.
Quem é esta que faz estremecer a mente que mente quando a lê?
Quem é esta que fora do seu tempo nos faz pensar, fantasiar a vida nos enfeites que trás?
De que tempo? É de quarenta é de trinta ou é de vinte ver a beleza estampada no seu ser.
Quem vê diria é a beleza somada a sabedoria.
Misturar as fantasias que trás nas vestes desenhadas do seu ser, em doces alegrias nas metáforas elaborados dos versos que faz.
O que podes oferecer só a mim e a ninguém, por mais que queiras dar, eu não podendo compartilhar é aos anjos que vão louvar, porque a outro não conseguirás compartilhar o mesmo ardor.
O sentir é viver mesmo que não seja o conviver.

Ah dizem que é coisas da poesia.
E, também dizem que é assim que vivem os poetas.

Pra que mentir se o ver é o querer, afastar não é deixar de sentir.
Dá-se com a distância o mesmo que com o futuro.
Podes se perdoar, só não, vais reconciliar-se com os seus desejos.
Não sugeria paixão, mas uma longa intimidade. É quando o longe se faz perto.
Possuía o tato e a perspicácia.
Ao primeiro olhar que lhe dirigi, meu coração ficou repleto de não sei que felicidade, de algo semelhante a um doce pressentimento.
A imagem é de endoidecer esquenta inverno nas metáforas bem construídas e a faz primavera no seu florir de encantos diante da presença do seu ser.
Ela faz virar pescoço dos passantes.
Cruzar ruas como carro em contramão.
É tudo que se faz absurdo.
Necessidade mais intima que crescem com os galanteios dos homens, que escrevem e cantam canção aos ouvidos de quem se desvaneceu naquele belo entardecer

Quando se a conhece descobre-se o muito além do que se vê, dá uma sensação de respeito e curvar-se ao seu ser, confundindo estações do ano, me engano. Ah, o vento que sopra aqui será o mesmo que sopra lá? Se fosse iria cantar aquela canção. Insípidas, tem sido a caminhada de muito trabalho e pouco tempo para a contemplação do universo do mato e do ato.
As belezas são transitórias, tanto que voltou ao mesmo lugar quando não praticava a meditação, não teve as mesmas sensações. E nem ela estava mais por lá. O tempo é a nossa degola.

sábado, 20 de novembro de 2010





Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria.
É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria sem motivo.
Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar. Lispector.



Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja. Lispector.



Coisas da poesia.


Quem é esta que faz estremecer a mente que mente quando a lê? Quem é esta que fora do seu tempo nos faz pensar, fantasiar a vida nos enfeites que trás? É de quarenta, é de trinta ou já não importa mais a beleza estampada visível do ser? Quem vê diria é a beleza da sabedoria. A imagem é de endoidecer esquenta inverno nas metáforas bem construídas e a faz primavera no seu florir de encantos do seu ser. Confundindo estações do ano, me engano. Ah, o vento que sopra aqui será o mesmo que sopra lá? Se fosse iria cantar aquela canção. Misturar as fantasias que trás nas vestes desenhadas do seu ser, em doces alegrias nas vestes elaborados dos versos que faz. Pra que mentir se o ver é o querer, afastar não é deixar de sentir. O que podes oferecer só a mim e a ninguém mais, por mais que queiras dar, eu não podendo compartilhar é aos anjos que vão louvar, porque a outro não conseguirás. O sentir é viver mesmo que não seja o conviver. Ah dizem que é coisas da poesia.
http://familiacotrim-metamorfosear.blogspot.com/2009_09_01_archive.html

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A luta de classes anda na beirada.


A cobiça, o luxo, orgulho e a inveja.
São ou não os maiores pecados sociais e que causam a miséria e com certeza são o luxo inauditos nas vestes e na alimentação, ou seja, sua ostentação.
O que queria dizer Jesus: Pregai por toda parte?
E qual a verdade do Evangelho?
Qual o caminho a seguir diante de tantas injustiças e o que está fora da ordem?
Seria virar religiosos e sair por ai papagueando a “fé”.
O que é uma sociedade sadia e organizada para a justiça?
Existe ao menos a possibilidade de não haver adultos marginalizados e detentos numa sociedade que não educa as crianças e jovens plantas que poderiam florescer para a virtude.
E quando não se reparte o pão?
O que vai acontecer é mendigar ou quando se tem a coragem roubar.
É a luta de classes enclausurada pro nada!
Criam-se presídios com superlotação sem nenhuma condição de dignidade por que já viviam antes em péssimas moradias então apenas continua as misérias já habituadas...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

era para ser um conto infantil







Aquela criança já está cansada
de zum-zum-zum sem abelha
que só faz cansar sua orelha.
Gosta de ouvir histórias
falta alguém contar
De estrela do céu e de estrela do mar,
sentada no sofá ou em qualquer lugar.
Ela quer logo ir a escola aprender Para logo pegar nos livros e ler.
Será que ela assiste à televisão com o controle remoto na mão? Já tem celular pra adulto imitar?
Eu acho que não, porque presta muita atenção, coisa rara nestes tempos de globalização.
Quem educa quem? Quem educa os educadores. Um diplomado não soube falar obrigado. Será que mais adiante é o abismo ou apenas algo está fora da ordem. Você viu algum pai ou mãe por ai?
Não é destes modernos presentes só com presentes.
Esses são pais- Noel!
Se alguém souber avise ao bem te vi que algumas vezes ainda passa por aqui.
Aqui em São Paulo temos mais de dez milhões de habitantes, são 20 milhões de ouvidos, e só queria um ouvido, se alguém souber me avise que ainda é tempo! Tenho falado ao vento.
E nestes tempos de envenenamentos a umidade relativa do ar não se encontra nem no bar, cachaceiros não faltam, dirigem automóveis com o som no último volume para se enganar que estão acompanhados. Alguém gritou quando um destes carros passou: Oh filho de kornô! Eu pensei deve ser...
A criança precisa ver atitudes, quer ver desligar a televisão e ouvir um pai/mãe/tio/avo ou alguém que o valha reunir a família em oração. Resgatar a família que é reunião, comunhão; parece que nem a sagrada família se sabe onde anda.
Feche o bar antes que anoiteça dentro de nós, acenda a luz, desligue a televisão; as crianças mais que pão precisa de lar. Talvez ainda não tenhas entendido o que é compartilhar o estar.
Que possas e deves contar ou ler uma história.
Serão educadas com outros valores que não os do mercado e a audição não sejam subtraídos pelas imagens, coisas fora de moda em tempos de consumismo exacerbado, as crianças na televisão despertam o adulto antes da razão. Perdem a infância em algum labirinto de adultos doentes.
E, ela não chora a toa abrindo a boca.
Como faz a outra ao invés de brincar prefere ficar a chorar
Passou por aqui um beija flor e disse que criança que chora tanto deve ser magoa molhada
De mãe ausente sem presente, sem passado. E sem futuro.