terça-feira, 1 de junho de 2010

do livro educar

As escolas alimentam o sonho implausível do sucesso individual. A falta de perspectivas e a mentira da qualificação profissional como saída só alimentam alternativas marginais:
A violência.
Não se vê um movimento coletivo que se contraponha ao mercado e à barbárie. Vive-se sob o signo do sucesso individual, a qualquer preço e a qualquer custo (impossível para a maioria).
É o mundo cujos sonhos e comportamentos egoístas, individualistas, consumistas, onde a propriedade, o ter, ter, ter, são diariamente pasteurizado.
Alguns (alunos) acreditam que, freqüentando uma boa escola, estarão garantindo emprego. Ora, a escola não é agência de emprego, não é a política geradora de empregos, embora também seja importante para um bom desempenho das funções que o cidadão ocupa ou ocupará desde que haja empregos.
Parece que, no que diz respeito à educação, a inversão tem regido, e muito, os cursos.
Vamos retomar um ponto importante acerca da saúde do professor.
Sabe-se que o profissional está cada vez mais afetado pelo esgotamento mental. Quanto a isso não há dúvidas. A cautela que se deve ter agora é quanto ao aluno.
O desinteresse em aprender não pode ser visto como conseqüência do estado do professor.
Ou seja, o professor doente não pode ser a razão da falta de motivação do aluno. Estes dois fenômenos, tão claros no universo escolar, são conseqüências, e não um a causa do outro.
Enxergar o comprometimento da saúde do professor como causa é assumir um discurso ideológico criado a partir de uma inversão em sua estrutura.
A sala de aula se tornou um espaço tal qual a sala de visita da casa do aluno, já que ele não enxerga mais uma nítida diferença entre o que é possível fazer no espaço escolar ou em casa. Deitar-se sobre a carteira, tirar os sapatos revelam uma “indisciplina do corpo”; em outras palavras, a doença do aluno é a indisciplina que ele não adquiriu na escola.
A criança não gosta da escola, é um castigo estar lá mais tempo. Ninguém procura entender de que tipo de escola a criança gostaria. Seria preciso despertar na criança o gosto pelo aprender.

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